Nesta sexta-feira o mundo do futebol recebeu uma notícia gravíssima com o ataque ao ônibus da Seleção de Togo na região de Cabinda (ao norte de Angola), onde a equipe iniciará (ou iniciaria, a esta altura não se sabe) a disputa da Copa Africana de Nações. Por coincidencias da vida, nos dois grandes eventos do futebol este ano na África (CAN e World Cup), nem Angola irá à Africa do Sul, e os bafana-bafana também não estarão na terra de lingua portuguesa (mais parecido com o de Portugal do que com o nosso).
Angola obteve a independencia em 1975, assim como boa parte da África no século XX, através de Agostinho Neto, porém, com sua morte em 1979, a guerra civil se instalou no pais até o inicio dos anos 2000. Até hoje o sentimento de desconfiança do povo é muito grande, estive lá em setembro a trabalho, e o maior problema é que no período de guerra civil o sistema de educação praticamente não existiu, o que fará que somente a próxima geração que estuda hoje possa contribuir para o desenvolvimento do país.
O país sofre demais com a parte de alimentos (grande maioria precisa ser importada), pois a agricultura local também foi em grande parte destruída pela guerra, e em contraponto, o país é o segundo maior produtor de petróleo na África (justamente na região de Cabinda, onde houve os ataques).
Onde se tem dinheiro, já pode se imaginar os interesses de quem apóia o terrorismo nesta região, que está em busca de independencia. Infelizmente quem sofreu foram jogadores, treinadores, medicos, o motorista veio a falecer, os clubes europeus já deveriam estar lutando junto a FIFA para pedir o retorno destes jogadores de Togo, e pra esta seleção, o clima já acabou. Antes mesmo de começar.
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